– Leia:
1 – “Sou estrela ébria que perdeu os céus,
Sereia louca que deixou o mar;
Sou templo prestes a ruir sem deus,
Estátua falsa ainda erguida ao ar...” (Sá Carneiro)
2 – “Minha bela Marília, tudo passa;
A sorte deste mundo é mal segura;
Se vem depois dos males a ventura,
Vem depois dos prazeres a desgraça.” (Tomás A. Gonzaga)
3 – “ ... a noite é mortal,
completa, sem reticências,
a noite dissolve os homens,
diz que é inútil sofrer.” (Carlos D. Andrade)
4 – “Tudo que era flor
Viu o cinza da manhã
E se entristeceu
pelo fim do nosso amor.” (Jorge Vercillo)
Assinale a alternativa que traz a correta sequência de figuras de
linguagem presentes nas estrofes acima.
a) metonímia – prosopospeia – metáfora – hipérbole
b) metáfora – antítese – prosopopeia – hipérbole
c) metonímia – hipérbole – metáfora – metonímia
d) metáfora – antítese – metonímia – prosopopeia
Metáfora é o desvio de significação própria de uma palavra, a
partir de uma comparação mental ou de uma característica
comum entre dois seres. Essa figura está presente em I, quando o
eu-lírico se compara a quatro elementos: estrela ébria, sereia
louca, templo e estátua falsa, certamente atribuindo a si uma ou
mais características encontradas nos elementos aos quais se
comparou.
Antítese é um recurso estilístico que consiste na aproximação
de palavras ou expressões de sentido oposto. Encontra-se essa
figura em II: males X ventura; prazeres X desgraça.
Prosopopeia (chamada também de animização ou
personificação) consiste na atribuição de ações ou sentimentos
próprios de seres humanos a seres inanimados ou irracionais. Encontra-se essa figura em III: as ações dissolver (diluir, acabar
com) e dizer não são próprias da noite, e sim de pessoas. (Obs.:
Em IV também ocorre prosopopeia no uso dos verbos ver e
entristecer relacionados a Tudo / flor.)
Hipérbole é a deformação da verdade, que consiste no
exagero como recurso estilístico. A hipérbole está presente em
IV: Tudo que era flor/ viu o cinza da manhã. O uso do termo
Tudo justifica-se para amplificar o tamanho da tristeza do eu-lírico pela perda do seu amor.
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