(EEAR CFS 2/2019) - QUESTÃO

 – Leia: 
1 – “Sou estrela ébria que perdeu os céus, 
Sereia louca que deixou o mar; 
Sou templo prestes a ruir sem deus, 
Estátua falsa ainda erguida ao ar...” (Sá Carneiro) 

2 – “Minha bela Marília, tudo passa; 
A sorte deste mundo é mal segura; 
Se vem depois dos males a ventura, 
Vem depois dos prazeres a desgraça.” (Tomás A. Gonzaga) 

3 – “ ... a noite é mortal, 
completa, sem reticências, 
a noite dissolve os homens, 
diz que é inútil sofrer.” (Carlos D. Andrade) 

4 – “Tudo que era flor 
Viu o cinza da manhã 
E se entristeceu 
pelo fim do nosso amor.” (Jorge Vercillo)

Assinale a alternativa que traz a correta sequência de figuras de linguagem presentes nas estrofes acima. 
 a) metonímia – prosopospeia – metáfora – hipérbole 
 b) metáfora – antítese – prosopopeia – hipérbole 
 c) metonímia – hipérbole – metáfora – metonímia 
 d) metáfora – antítese – metonímia – prosopopeia 



Metáfora é o desvio de significação própria de uma palavra, a partir de uma comparação mental ou de uma característica comum entre dois seres. Essa figura está presente em I, quando o eu-lírico se compara a quatro elementos: estrela ébria, sereia louca, templo e estátua falsa, certamente atribuindo a si uma ou mais características encontradas nos elementos aos quais se comparou. 
 Antítese é um recurso estilístico que consiste na aproximação de palavras ou expressões de sentido oposto. Encontra-se essa figura em II: males X ventura; prazeres X desgraça. 
 Prosopopeia (chamada também de animização ou personificação) consiste na atribuição de ações ou sentimentos próprios de seres humanos a seres inanimados ou irracionais. Encontra-se essa figura em III: as ações dissolver (diluir, acabar com) e dizer não são próprias da noite, e sim de pessoas. (Obs.: Em IV também ocorre prosopopeia no uso dos verbos ver e entristecer relacionados a Tudo / flor.) 
 Hipérbole é a deformação da verdade, que consiste no exagero como recurso estilístico. A hipérbole está presente em IV: Tudo que era flor/ viu o cinza da manhã. O uso do termo Tudo justifica-se para amplificar o tamanho da tristeza do eu-lírico pela perda do seu amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário