No trecho “Mui [=muito] grande é o vosso amor e o meu
delito/ Porém pode ter fim todo o pecar,/ E não o vosso amor que
é infinito” (Gregório de Matos), a expressão destacada, em
relação à flexão de grau dos adjetivos, classifica-se como
a) comparativo de igualdade.
b) comparativo de superioridade.
c) superlativo absoluto sintético.
d) superlativo absoluto analítico.
Diz-se que há flexão de grau do adjetivo quando se deseja
comparar ou intensificar as características que ele atribui. Tem-se,
desse modo, o grau comparativo (comparação atribuída a dois
ou mais seres, ou, ainda, a duas ou mais características de um
mesmo ser — o que permite as classificações comparativo de
superioridade, de inferioridade e de igualdade) e o grau
superlativo (intensificação da característica atribuída pelo
adjetivo — o que pode dar-se de forma relativa [em relação a
todos os demais seres de um conjunto, exprimindo superioridade
ou inferioridade, sempre de forma analítica, ou seja, sempre por
meio de mais de um termo] ou de forma absoluta [intensificação
da característica atribuída a um mesmo ser, transmitindo ideia de
excesso, de forma analítica, com o uso mais de um termo, ou
sintética, com acréscimo de sufixo ao adjetivo]).
No texto do enunciado, há dois seres determinados: Deus
(representado pelo pronome “vosso”), de quem se exalta a
qualidade de seu amor, e o eu-lírico do poema, de quem se amplia
a qualidade do delito, ou do pecado. A expressão Mui grande [=
muito grande] está, pois, sendo usada de forma superlativa
analítica, com o uso de um advérbio (mui) a intensificar o
adjetivo grande. Não há comparação entre os seres; embora
estejam colocados lado a lado, o que se faz é ampliar para os dois
seres os adjetivos atribuídos a um e a outro.
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