(EEAR CFS 2/2019) - QUESTÃO

 No trecho “Mui [=muito] grande é o vosso amor e o meu delito/ Porém pode ter fim todo o pecar,/ E não o vosso amor que é infinito” (Gregório de Matos), a expressão destacada, em relação à flexão de grau dos adjetivos, classifica-se como
a) comparativo de igualdade. 
b) comparativo de superioridade. 
c) superlativo absoluto sintético. 
d) superlativo absoluto analítico.



Diz-se que há flexão de grau do adjetivo quando se deseja comparar ou intensificar as características que ele atribui. Tem-se, desse modo, o grau comparativo (comparação atribuída a dois ou mais seres, ou, ainda, a duas ou mais características de um mesmo ser — o que permite as classificações comparativo de superioridade, de inferioridade e de igualdade) e o grau superlativo (intensificação da característica atribuída pelo adjetivo — o que pode dar-se de forma relativa [em relação a todos os demais seres de um conjunto, exprimindo superioridade ou inferioridade, sempre de forma analítica, ou seja, sempre por meio de mais de um termo] ou de forma absoluta [intensificação da característica atribuída a um mesmo ser, transmitindo ideia de excesso, de forma analítica, com o uso mais de um termo, ou sintética, com acréscimo de sufixo ao adjetivo]).
No texto do enunciado, há dois seres determinados: Deus (representado pelo pronome “vosso”), de quem se exalta a qualidade de seu amor, e o eu-lírico do poema, de quem se amplia a qualidade do delito, ou do pecado. A expressão Mui grande [= muito grande] está, pois, sendo usada de forma superlativa analítica, com o uso de um advérbio (mui) a intensificar o adjetivo grande. Não há comparação entre os seres; embora estejam colocados lado a lado, o que se faz é ampliar para os dois seres os adjetivos atribuídos a um e a outro. 

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